Fim

O grilinho bateu as asas. Somos gratos aos nossos sete leitores, sempre presentes! Não vamos mais atualizar o blog, mas todo o conteúdo ficará disponível aqui, por tempo indeterminado.

A gente se esbarra por aí!

5 inspirações do 18º Fenatib

Ontem (29), acabou mais uma edição do Fenatib – Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau. Grupos de várias partes do Brasil nos presentearam com o colorido de belas aventuras e fizeram o público balançar em vários ritmos, até no ritmo da chuva.

Logo após as apresentações, assim de surpresa, perguntamos aos atores e diretores de algumas companhias participantes sobre a arte que eles fazem,  suas motivações, a importância de contar histórias, o que elas precisam mostrar e uma dica para não desanimar diante das tempestades. Mesmo sem combinar nadica antes, todos aceitaram escrever e foram muitíssimos generosos conosco.

Confira as respostas:

bonecos

Anima – animação –  a arte de dar alma aos objetos. Teatro, a arte de dar emoção aos movimentos. Animação e teatro. Teatro de animação! É tudo! [Fátima Café]

Espetáculo Amorosa, uma pequena cidade no coração do Brasil | Cia. Café de Teatro e Música (Rio de Janeiro-RJ).

confratiatambor

Fazer teatro me fez estar em contato com aquilo que tem por essência um poder transformador: a arte. [Ernane Fernandes]

Espetáculo A Nova Roupa do Imperador ou Tecendo Vento | Cia. Teatral Confraria Tambor (Uberlândia-MG).

Essaé Cia

É misterioso o fato de que a história só acontece quando nós e o público estamos compartilhando da história, quando sentimos, descobrimos e sorrimos juntos. Nunca é um ato de nós para eles, mas sempre, e apenas, com eles. [Thuani Stolf]

Espetáculo Histórias de Malasartes, a saga | Essaé Cia. e Cia. Rústico Teatral (Joinville-SC).

Téspis

Para contar uma história é necessário atores, luzes, cenários… Mas, acima de tudo… Um posicionamento sobre o mundo e sobre qual teatro você quer fazer! Um, Dois, Três: Alice! é a nossa visão sobre o mundo!!! [ Max Reinert]

Espetáculo Um, Dois, Três: Alice! | Téspis Cia. de Teatro (Itajaí-SC).

saladamista

saladamista

É difícil responder porque não desistir de fazer teatro, eu não lembro se alguma vez eu pensei em desistir da minha arte, não lembro. O teatro é a minha vida, é o meu meio de sobrevivência, não sei fazer outra coisa ou não amo tanto fazer outra coisa. Se você é ator e já pensou em desistir, pense se o teatro é algo que você não consegue viver sem fazer, e se isso for a tua vida, certamente você não desistirá. Não sei, acho que é isso. Amo o que faço e nunca me imaginei fazendo outra coisa. [ Alexsandro Silva]

Espetáculo Salada Mista | Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança (Recife-PE).

 (Colaborou Ana Peres Batista)

Deuscidências

Quase sempre presenciamos coincidências. Acasos que preenchem alguns momentos, como se a  vida fosse acompanhada por uma equipe técnica invisível responsável pela trilha sonora, paisagens, recados, encontros e desencontros etc.

Uns dois meses atrás, iniciei um novo trabalho. Antes de entrar nesse projeto, fiquei esperando no corredor da unidade de ensino. Tudo dependia dessa primeira conversa para saber se valeria a pena. Esperei pensativo. Depois de tanto esperar e pensar, decidi desistir. Sim, desejei com toda minha força fugir do compromisso. Achei que seria um esforço em vão. Então, começou a tocar uma música no sistema de som. Mudei de ideia na hora e fiquei. Essa era a música:

Outro dia, dentro do ônibus, fiquei imaginando como seria minha casa. Algo simples, com árvores em volta, garagem espaçosa pra botar uma canoa, cachorros, gatos e uma vizinhança silenciosa… Perto de mim, um casal conversava sobre contas a pagar. Lembrei dos vários mil pilas que ainda não economizei para comprar o sonhado terreno. Cabisbaixo, fixei o olhar numa casa enquanto estávamos parados. Do céu surgiu um pássaro com um graveto no bico. Ele pousou em cima do muro e me ensinou algo valioso antes de voar pro seu ninho em construção. [Foto ilustrativa.]

ninhos (1)

Frenético e apressado atrás do volante do carro, vi um adesivo colado na traseira de um Fusca. Nele estava escrito: “A vida te ama, meu irmão”. Naquela tarde não me chateei mais no trânsito. Cheguei atrasado na reunião, mas ficou de boa porque a vida me quer de qualquer jeito.

Quando andava pela área da Fortaleza-Itoupava Norte, atravessei a rua junto com um rapaz que vinha na direção oposta. A camisa do cara me convidou a aprofundar o olhar sobre questões filosóficas e pessoais, assim em inglês mesmo: “Seek your own truth”. Continuo procurando!

Fui na missa da Catedral São Paulo Apóstolo no segundo domingo de agosto. Quando estive lá, na última vez, o cesto de doação era aberto, os cânticos não eram acompanhados por palmas e freiras raramente ou nunca ganhavam espaço para conversar conosco. Pois, foi durante a fala de uma irmã carmelita que ouvi pela primeira vez a expressão “Deuscidência”. Gostei dessa maneira de classificar os sinais do universo. O recado inteiro da madre foi a própria deuscidência.  Na semana seguinte, várias coisas deram errado e não foram acompanhados por músicas ou frases de efeito. Por outro lado, o trabalho artesanal do destino me fez presenciar alguns acidentes de Deus. A gente perde e ganha, a diferença está em ligar as antenas. Preferencialmente em outra frequência.

O renascimento do choro

No dia 12 de maio de 2014, minha irmã gêmea deu à luz ao primeiro filho dela, o Matheus. Ela entrou no hospital numa segunda-feira e saiu na quarta. Permaneceu 48 horas no hospital, o tempo que o bebê fica em observação nos primeiros dias de vida. O quarto era coletivo. Tinha três leitos ocupados e ela ficou num cantinho mais reservado.

Quando visitei o pequeno Matheus – cara fofo, lindo, fortão – no hospital, notei a imensa satisfação da minha irmã e cunhado, dali por diante, mãe Maria e pai Maurício. Sobrinho saudável, família feliz. Tudo certo! Mas naquele dia presenciei um episódio inesquecivelmente tosco. Outras duas mães estavam com as filhas recém-nascidas no quarto coletivo. Vou chamá-las de mãe X e Y. Matheus chorava. Então, a mãe X ofereceu medicação para aliviar a cólica e, assim, fazê-lo parar de chorar. Estranho. Minutos depois, o  pai acompanhante da mãe Y mandou a filha calar a boca. A menina nem tinha um dia de vida e o pai inquieto insistia no “cala a boca”. Fiquei de cara, zangadíssimo igual um tigre enjaulado sendo istrovado. Desejei que as próximas horas passassem em fast motion para eles e que as mães X e Y criassem juízo na cabeça.

 O primeiro dia do Matheus foi punk. Nem a mãe, nem eu dormimos. É horrível escutar dos outros que é cólica, é fome… Falta de respeito! Parecia que só eu entendia aquele choro. Ele trocou um mundinho escuro e acolhedor, por um cheio de sons estranhos, cheiros, temperatura e um espaço sem fim.  Claro que tem cólica. O estômago e intestino nunca tinham trabalhado daquela forma. A mulher que estava lá comigo ofereceu remédio de cólica. E a outra soltou o comentário “eu nunca ia deixar meu filho sofrendo assim…” Quando neguei a “ajuda”, na segunda noite, aquela menina chorou o tempo inteiro. Sinal que o remédio de cólica não funciona. Matheus dormiu melhor, ficou comigo na cama. Coladinho. O toque é o melhor calmante e a melhor segurança.

Nasce um bebê e o choro vem juntinho com ele. Verdade. Terror de adultos preocupados ou impacientes. O discurso da turma da corneta é “tem que dar mamadeira, o leite não sustenta, tem que dar remédio”, e outros blablablás.

O choro dos bebês incomoda mais os outros do que as mães. Falo das mães que querem o bem dos filhos, claro. Porque vai rolar falatório e virão mil diagnósticos sobre o choro da criança. Durante a sessão de comentários é necessário separar o joio do trigo. Pois existirão bons conselhos, sobretudo das mães amorosas.

Indiscutivelmente, mães de primeira ou de várias viagens podem ter certeza total de que um bebê pode ser um bebê. E bebês cheios de vida choram.

(colaborou Maria Fernanda Castellain, mãe do Matheus)

o título mais sensacional dos últimos tempos!

Agora, os coxinhas argentinos alertam: “copa comprada pra mascarar a situação econômica do país!” Mas tudo bem, a Argentina vai vingar o Brasil, vai perder da Alemanha por 8 a zero no domingo. Tá mais barato torcer pelos argentinos, porque disparou o preço da bandeira alemã em Blumenau.  E qual a única seleção da América do Sul que não vai pisar no Maracanã? Brasil sil sil. Que venham mais piadas, só assim pra animar quem vai torcer no sábado e aguarda o retorno do Brasileirão e outros torneios de clubes.

Porque deixar de torcer é muito simples. O vizinho que super enfeitou a casa antes de todos, desmanchou os enfeites no intervalo de #BRA x #ALE. Sim (desculpe a patrulha), rolou por aqui. Melhor isso do que quebrar a tevê, queimar bandeiras…  Na copa da vida, o brasileiro precisa fechar as cicatrizes para crescer.

Para ver esperança pela renovação no fim do túnel, comentaristas futebolísticos lembraram-se da reorganização que o basquete brasileiro passou para tornar essa geração mais competitiva. Para tal intento, chamamos um técnico estrangeiro para comandar a equipe masculina adulta, o argentino, campeão olímpico, Rubén Magnano.

Filosofia de jogo

Falando em outros esportes coletivos liderados por técnicos estrangeiros, sob o comando do dinamarquês Morten Soubak conquistamos o título mais SENSACIONAL e HISTÓRICO dos últimos anos, o Mundial Feminino de Handebol, em 2013, na Sérvia. Apenas o Esporte Interativo cobriu a competição no final do ano passado. Sem o holofote das principais mídias, o título inédito passa batido na lembrança. Ninguém mais acreditou no potencial das atletas. Só que aconteceu! O Brasil é o atual campeão do mundo de handebol feminino!  Na final as brasileiras venceram as donas da casa por 22 a 20 e também superaram a pressão dos 20 mil torcedores dentro do ginásio. A armadora blumenauense Eduarda Amorim foi eleita a melhor jogadora do Mundial. Foi o Mineiraço deles, sem goleada.

 

Culturalmente, não valorizamos as pequenas ou as grandes conquistas de outros esportes. Todas alcançadas no suor e na raça.  E nos esportes em quais fomos/somos “top”, não valorizamos nem o 2º  lugar.

Voltando à Copa das Copas, pelo conjunto da obra a Alemanha leva a taça, mas meu coração sul-americano também quer ver a explosão de felicidade dos argentinos. Até lá, e, quem sabe por mais tempo, as bandeiras continuarão na frente de casa.

Onde jogar basquete em Blumenau?

Tá difícil achar uma cesta de basquete de rua BOA em Blumenau. Não faltam tabelas ruins. E algumas desapareceram por causa da ação do tempo, manutenção péssima e vandalismo. Passam-se os anos, e, cada vez mais, o basquete perde espaço nas ruas e na nossa cultura esportiva.

Onde jogar basquete de rua em Blumenau? Com tabela, aro, rede e uma quadra em boas condições?!

Dá uma olhada em três locais quase promissores – caso recebessem manutenção – e outros dois completamente largados.

1 – Praça Jorge Lacerda  [local promissor no bairro Itoupava Norte, ao lado da Escola João Widemann]

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2 – Praça da Gaitas Hering [local largado no bairro Itoupava Seca]

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3 – Praça José Manoel do Nascimento [local largado no bairro Boa Vista]

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4 – Praça Getúlio Vargas [local promissor no bairro da Glória]

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5 – Parque Ramiro Ruediger [local promissor]

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Sabe aquele ribeirão perto da tua casa?

O nível de interesse sobre o rio Itajaí-Açu diminuiu uns 10 centímetros por hora desde ontem de manhã. Vai baixar até chegar no desinteresse normal do dia a dia.

Quase ninguém olha pro rio. Daí, reclama-se porque ninguém olha. De vez em quando, principalmente em situações cabreiras, voltamos total atenção para ele. E esse reencontro é mal interpretado. Devíamos dar mais importância ao costume de ver o rio Itajaí-Açu nestas condições de alerta de enchente . Chamar curiosos de “turistas da tragédia” é ter muito espírito de porco.

Checar o nível do rio in loco, e durante o dia, serve de APRENDIZADO. Um pouco de vivência é bem-vinda, aumenta nossa percepção de risco. Reduz a histeria dos afobados. Sabe aquele ribeirão perto da tua casa? [NÃO JOGUE LIXO] É super importante saber como ele reage quando chove além da conta. Claro, sempre com segurança e bom senso. Depois é só cultivar o hábito de olhar/cuidar do rio nos tempos de calmaria. Vamos ser os turistas da natureza.

Acompanhar o trabalho das autoridades e a cobertura dos veículos de comunicação continua indispensável. Veja sete tweets reveladores:

https://twitter.com/CelescBlumenau/status/475782255424847872

https://twitter.com/C_B_M_S_C/status/475738524629872641

https://twitter.com/defesacivilsc/status/476124047550726144

https://twitter.com/PrefeituraBNU/status/476058387080564736

O poder implacável da natureza.

Grevista é “vagabundo e safado”

“Se estão insatisfeitos com seus salários, façam o favor de se demitirem.” Esse e outros clichês e xingamentos estão entupindo as redes sociais durante a greve dos servidores públicos de Blumenau. Então, façamos um exercício de lógica bizarra. Pode-se presumir – somente presumir – que o prefeito sabia (do rombo na conta da prefeitura por causa dos R$ 100 milhões ou mais desviados pela gestão anterior), das perdas salariais e que seria cobrado pela categoria. Mesmo assim, candidatou-se, fez campanha, debate, mudou o local da nova ponte etc. Se o prefeito e o grupo dele estão insatisfeitos com a greve, façam o favor de se ________________. Perdoem-me por reutilizar o clichê acima, só queria testá-lo sob outro ângulo.

“Vão trabalhar vagabundos, bando de safados.” No coro das agressividades sobram termos pejorativos: grupo vira cambada/bando, professores e demais servidores viram preguiçosos/irresponsáveis. A maioria dos cidadãos-comentaristas que desqualificam os grevistas, não escondem o ódio causado pela mobilização.

É desamparador ler as ofensas destinadas aos professores.

Para ser professor, formar turmas de crianças e jovens, precisa de muuuito mais coragem do que ser comentarista de Facebook. Aposto que não duraríamos nem uma semana no ensino público. Isso é fato, está além da nossa compreensão. Não entendemos o que é ser professor hoje em dia. Não precisa fazer bico não, é só ter uma conversa franca com qualquer um destes profissionais.

“Cada um escolhe a profissão que quer, ninguém é obrigado a ser professor, se tá ruim, muda de profissão, simples assim.” Nesse tom simplista de 2 + 2 = 4 de ver a vida, chegamos no “Quer ganhar mais, estuda!!!” E pra isso, precisamos do quê? PROFESSORES! Simples assim.

Nas manifestações de 2013, avisaram que o “gigante acordou”, e, a partir daquele intenso despertar, os brasileiros iriam à rua, protestariam, lutariam por uma vida mais justa e decente… Agora, e aqui no nosso quintal, quem nunca dormiu é alvo de repressão.